Integrando as habilidades valorizadas no mercado de trabalho, a comunicação e o relacionamento interpessoal estão alavancando as escolhas de gestão de pessoas nos processos seletivos. São duas das tão badaladas soft skills (termo em inglês para designar as competências comportamentais subjetivas) que têm ganhado a atenção dos melhores gestores de carreiras. Totalmente relacionadas, um bom desempenho em comunicação e em relacionamento interpessoal devem ser desenvolvidas ou aprimoradas por quem quer ocupar os melhores cargos.
A comunicação, como princípio básico para o início e manutenção de qualquer relacionamento, é imprescindível para a constituição do ser social que somos e deve dar a base do desenvolvimento do indivíduo na vida pessoal e profissional.
Estão incluídas nessa habilidade, a necessidade de organização e clareza na expressão dos pensamentos; a assertividade na defesa das ideais, com argumentos embasados em fatos e dados; o pensamento analítico para conseguir dar e receber feedback como processo de aprendizagem, além da necessidade de saber ouvir como contraponto ao próprio pensamento crítico.
Na mesma linha, o relacionamento interpessoal, que se desenvolve a partir da relação que o indivíduo trava com sua própria personalidade, tem na inteligência emocional - abordada por Daniel Goleman através do desenvolvimento da consciência e gestão de si mesmo e da consciência social e gestão de relacionamentos - os pontos de conexão para a inserção numa equipe de alta performance.
Já não basta ao profissional ser o mais capacitado intelectualmente se não souber transformar esse conhecimento em energia produtiva dentro da equipe de trabalho. Para isso, é preciso ter percepção de cenários, maior flexibilidade na tomada de decisão, boa reação à mudança e poder de adaptação a novos contextos. É preciso ser facilitador de processos no ambiente onde está inserido, assumindo compromissos com resultados para si e para a equipe.
O conhecimento desenvolvido no âmbito das instituições de ensino é importante para a qualificação técnica e ascensão profissional e, nesse sentido, cresce a procura por cursos de graduação e capacitação. Porém, as habilidades emocionais, como a comunicação e relacionamento interpessoal, entre outras, são as competências esperadas dos profissionais do futuro na perspectiva do desenvolvimento de uma nova relação entre qualidade de vida e ambiente de trabalho.
Nesse sentido, o papel do profissional é tomar consciências das próprias competências e da necessidade de desenvolver várias outras que venha a agregar ao seu perfil, pois as empresas, na busca pela produtividade e competitividade, reconhecem que não basta o uso das tecnologias, é preciso que uma equipe transforme esse potencial a seu favor.
Texto: Fabiana Pereira
Doutora em Comunicação, professora do curso de Jornalismo/UFN Relações Públicas